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Guidha Cappelo é portuguesa, nascida em Angola,


de onde fugiu para escapar da guerra.


Na Bahia, encontrou na arte o meio de expurgar


de sua alma o sofrimento do seu povo,


desenvolvendo nos trabalhos sua mensagem de paz,


ora em reciclagem, ora em mandalas.


Matilde Matos – Crítica de Arte

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011




REcebi agora um comentário de um amigo querido

Luciano Rasteli



Mandala Ventania

Duvido que aquele retumbante tsunami de ondas tubulares de chocolate branco se fez ouvir no momento sublime do impulso intuitivo da artista. Mas, “se ser artista é ver o que os outros não conseguem ver”(1), uma vez feito isso, ele abre o precedente para que sua audiência também veja e ouça o que talvez ele mesmo não tenha intencionado mostrar ou dizer.

Então, posso dizer que as ondas de chocolate branco estavam lá, fluindo a partir do epicentro do mundo e navegando para além de uma rede inextrincável de relações, nossas relações – que podem mesmo, se quisermos, ser algo brilhante – e é essa sugestão que Guidha nos traz.

Se o mundo é também nossa teia de relações, fica claro que “a revolução somos nós” (2), portanto, “seja você a mudança que espera ver no mundo” (3).

As crianças de Vik Muniz estão açucaradas, pois suas infâncias perderam a doçura e só mesmo um tsunami de ondas de chocolate branco pode conceder um sabor divino às nossas relações.

Que sejamos brilhantes!
É o convite que ouço na imagem de Guida.
Rasteli


(1) Patti Smith, Só garotos.
(2) Beuys, em exposição no MAM.
(3) Gandhi.
(4) No filme Lixo extraordinário.

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