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Guidha Cappelo é portuguesa, nascida em Angola,


de onde fugiu para escapar da guerra.


Na Bahia, encontrou na arte o meio de expurgar


de sua alma o sofrimento do seu povo,


desenvolvendo nos trabalhos sua mensagem de paz,


ora em reciclagem, ora em mandalas.


Matilde Matos – Crítica de Arte

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Oficinas de Mandala de Realização dos Sonhos!


Antes de iniciar o vídeo dê PAUSA no Mp3 
que se encontra do lado direito.
Esta foi a primeira oficina!
 
Agora que aprendi a trabalhar 
no Windows Live Movie Maker
tudo ficou mais divertido!!!

E esta é a segunda oficina
Mandala da Realização dos Sonhos!
Vou ficando por aqui mas hoje de noite
farei o vídeo com as fotos da oficina 
deste fim de semana,
que por sinal foi ótimo!
Aguarde só mais um pouco!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Mandala NO TEMPLO DA PAZ





Quando me olhei no espelho
Busquei a vida, busquei a mim.
Busquei verdades e certezas.
Me encontrei tão imperfeita...
Tão magoada... ferida, assim,



Apurei a vista... Duvidei!
De repente eu transpareci!
Foquei meu peito, no coração,
(Que batia tão lentamente),
E vi a PAZ que guardei ali.



Feito pomba rodopiando
Bem na frente de meu nariz,
Entre nuvens se misturava
Ás vezes branca, ás vezes azul,
Meu Deus! Como fiquei feliz!



Vejo uma ou vejo três?
Tão forte é sua energia
Resplandece em meu coração
(De alegria o deixando cheio)
Como há muito tempo não via!



Esta PAZ que tanto busco
E que me some volta e meia,
Percebi neste instantinho
Que trago, sem saber, aqui,
No sangue que corre na veia.


Guidha Cappelo 08 Fev 2011

Técnica: Assemblage
Tela, cordões, recortes de plásticos,
tachas, tachinhas e tachões.

Tela: 70x70cm


- Estava travada, como sempre... ainda não me acostumei! Desde o início do ano que danço nesta mandala... A parte interna foi fácil... gostava do desenho das pombas, mas e o resto???
Achar uma técnica que eu pudesse passar a sensação de céu, de nuvens sem passar pelo acadêmico, foi uma forma de me levar de volta a outros tempos em que me deliciava com a descoberta de artesanatos... Porque não?

Até aí tudo bem!!!! Mas e depois? Queria manter a linha medieval... huummm que tal voltar às cores primárias... pesquisei mais uma vez e nada enchia meu coração!

Ontem resolvi aproveitar a ausência de minha filha em casa e joguei um verde especial, dourado e BETUME por cima. A casa ficou empesteada com o cheiro.

Aí sim comecei a achar o caminho. fui tirando o excesso com um trapinho e um tubo de tinta carmim apareceu na minha frente! Pronto! Foi a dica! Como bem disse minha amiga TALIA:

- O contraste do divino com o humano (o centro em harmonia com as extremidades e as bordas com o quadrado) foi combinação perfeita.

Sair da suavidade (expressas pelo azul e branco) para encontrar a força da vida (expressas pelo dourado, o vermelho e o verde) só me fez pensar numa paz que precisa ser concreta, que está tanto na singeleza das nuvens como no sangue que corre nas veias.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ainda a Mandala Medieval





É tão maravilhoso quando a nossa arte invade o coração dos outros...

TALIA disse:

Amiga,
Isto que lhe escrevo, não é um comentário, mas um desabafo e uma confissão de quem, por meio da sua arte, muda formas de olhar, pensar, sentir. Só um autêntico artista pode ter esse poder sobre alguém. Que maravilha! Obrigada!



A Idade das Trevas,

agora bela, leve e luminosa

Tive o privilégio de ver mais uma mandala nascendo. Guidha estava no sítio de alma tropical, em seu refúgio e ateliê. Um pouco confusa, perturbada, hesitante, mas, nada resignada. Disse-me: “Esta será a Mandala Medieval”. Sua ansiedade e empolgação de sempre saltou em seus olhos de um modo como eu nunca vira antes. Depois, entendi – era uma treva peculiar que se deixava iluminar pela inspiração e sobretudo, entrega. Talvez, entrega a um “inconsciente coletivo” que diz: Isto é pesado, feio, escuro, tem dor. E, com certeza, entrega a um inconsciente conscientizado pelo coração que diz: Vale a pena trilhar aqui, sem pressa, admirando a paisagem, pois sei que chegarei em lugar de luz.



Lembro, como se fosse hoje, de Guidha me apresentando alguns tons em ogre e envelhecidos em sua tarefa de escolher, decidir – como às vezes isso é difícil! O que será que naquele momento ela tinha que escolher, decidir? Talvez, nem ela mesma soubesse. Importante pra mim foi deslumbrar-me com a aparição.

Recordo que disse a ela: “Só você mesma pra criar algo assim!” Ela, sem entender, me indagou: “Como assim?” Eu, mesmo sabendo que nenhuma resposta seria suficiente, arrisquei: “Porque só você pra dar qualidades a algo que pra mim representa o oposto de tudo isso.” Não sei se ela captou a mensagem... O que sei é que vi um bebê chorando ao nascer: belo, leve e luminoso, vestido de transparência, como sua mãe, que deixa passar e se revelar através de si, sua própria emoção. Obrigada!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011




REcebi agora um comentário de um amigo querido

Luciano Rasteli



Mandala Ventania

Duvido que aquele retumbante tsunami de ondas tubulares de chocolate branco se fez ouvir no momento sublime do impulso intuitivo da artista. Mas, “se ser artista é ver o que os outros não conseguem ver”(1), uma vez feito isso, ele abre o precedente para que sua audiência também veja e ouça o que talvez ele mesmo não tenha intencionado mostrar ou dizer.

Então, posso dizer que as ondas de chocolate branco estavam lá, fluindo a partir do epicentro do mundo e navegando para além de uma rede inextrincável de relações, nossas relações – que podem mesmo, se quisermos, ser algo brilhante – e é essa sugestão que Guidha nos traz.

Se o mundo é também nossa teia de relações, fica claro que “a revolução somos nós” (2), portanto, “seja você a mudança que espera ver no mundo” (3).

As crianças de Vik Muniz estão açucaradas, pois suas infâncias perderam a doçura e só mesmo um tsunami de ondas de chocolate branco pode conceder um sabor divino às nossas relações.

Que sejamos brilhantes!
É o convite que ouço na imagem de Guida.
Rasteli


(1) Patti Smith, Só garotos.
(2) Beuys, em exposição no MAM.
(3) Gandhi.
(4) No filme Lixo extraordinário.