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Guidha Cappelo é portuguesa, nascida em Angola,


de onde fugiu para escapar da guerra.


Na Bahia, encontrou na arte o meio de expurgar


de sua alma o sofrimento do seu povo,


desenvolvendo nos trabalhos sua mensagem de paz,


ora em reciclagem, ora em mandalas.


Matilde Matos – Crítica de Arte

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Mandala NO TEMPLO DA PAZ





Quando me olhei no espelho
Busquei a vida, busquei a mim.
Busquei verdades e certezas.
Me encontrei tão imperfeita...
Tão magoada... ferida, assim,



Apurei a vista... Duvidei!
De repente eu transpareci!
Foquei meu peito, no coração,
(Que batia tão lentamente),
E vi a PAZ que guardei ali.



Feito pomba rodopiando
Bem na frente de meu nariz,
Entre nuvens se misturava
Ás vezes branca, ás vezes azul,
Meu Deus! Como fiquei feliz!



Vejo uma ou vejo três?
Tão forte é sua energia
Resplandece em meu coração
(De alegria o deixando cheio)
Como há muito tempo não via!



Esta PAZ que tanto busco
E que me some volta e meia,
Percebi neste instantinho
Que trago, sem saber, aqui,
No sangue que corre na veia.


Guidha Cappelo 08 Fev 2011

Técnica: Assemblage
Tela, cordões, recortes de plásticos,
tachas, tachinhas e tachões.

Tela: 70x70cm


- Estava travada, como sempre... ainda não me acostumei! Desde o início do ano que danço nesta mandala... A parte interna foi fácil... gostava do desenho das pombas, mas e o resto???
Achar uma técnica que eu pudesse passar a sensação de céu, de nuvens sem passar pelo acadêmico, foi uma forma de me levar de volta a outros tempos em que me deliciava com a descoberta de artesanatos... Porque não?

Até aí tudo bem!!!! Mas e depois? Queria manter a linha medieval... huummm que tal voltar às cores primárias... pesquisei mais uma vez e nada enchia meu coração!

Ontem resolvi aproveitar a ausência de minha filha em casa e joguei um verde especial, dourado e BETUME por cima. A casa ficou empesteada com o cheiro.

Aí sim comecei a achar o caminho. fui tirando o excesso com um trapinho e um tubo de tinta carmim apareceu na minha frente! Pronto! Foi a dica! Como bem disse minha amiga TALIA:

- O contraste do divino com o humano (o centro em harmonia com as extremidades e as bordas com o quadrado) foi combinação perfeita.

Sair da suavidade (expressas pelo azul e branco) para encontrar a força da vida (expressas pelo dourado, o vermelho e o verde) só me fez pensar numa paz que precisa ser concreta, que está tanto na singeleza das nuvens como no sangue que corre nas veias.

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